sábado, 17 de novembro de 2012

Sou Sim Clichê

Sei sim ser um clichê ambulante
Tragam-me os goles, tragam-me as dores
Tragam-me os tragos mas não me tragam mais amores
Pois deste mal também me corroo
Me dói e me doo
Pois se é de corte deve existir algo que cauteriza
Pois se das dores não escapo deve haver algo que ameniza

Eu largo os cotovelos na mesa suja do bar frio
A noite também é suja e me torno um vira lata vadio
E para ser mais clichê eu agora precisava de um jornal
Ler notícias por alguns instantes e fazer parecer tudo normal
Quem me vê de perto achará tudo bem natural
Eu que me vejo de dentro me sinto por demais um cara pra lá de banal

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Desapego

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Hasteio a bandeira  e me prontifico a representar o desapego.
Não esse desapego que é disposto pelos jovens vorazes, que por tanta intensidade tudo se torna pesado e, por falta de espaço, leveza não há.
Desapegar é subir na mais alta montanha, encontrar lá a mais bonita flor e, simplesmente, não contar para ninguém.  É apropriar somente pelo olhar.
Desapego não é o descartar, desapegar é carregar no sorriso aquilo que a gente se esforça para carregar no peito. Desapego é aliviar-se.
Desapego é postura, posto que o apego é sentimento  sobreposto, amontoado, tumultuado, em demasia desgastado e por pressão encurralado.
Desapego mesmo é o bastar-se.