quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Mais um Samba Triste



E assim se foi o que pareceu que nunca, nunca iria

Trancou a porta, lembrou de apagar a luz do coração

Pra me esquecer esqueceu nossas fotos no chão

Deixou cair, o amor esparramou


Arranhou meus discos

Candeia, Cartola... Quebrou meu violão

Se é assim que cantam os tristes

Assine o seu nome ao final deste refrão

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Impasse

Não te odeio e nem te amo.
E minha poesia volta a ficar em branco.



Amanhã... Será? (O Teatro Mágico)

 Amanhecerá! De novo em nós!
Amanhã... Será?
(Mais uma vez TM ditando um tom melhor pra minha vida)
A poesia prevalece ♫

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Essência



Cada dia a mais não pode ser um dia a mais na minha vida em que eu fico mais distante da minha infância.
Cada dia a mais é mais um dia pra minha alma ter mais essência de criança.

sábado, 27 de agosto de 2011

O Dia Em Que Tive a Alma Menos Vazia



Hoje me pus a andar, com os passos a ponderar sobre o tempo, distraído e com a alma vazia.
Me peguei onde eu estive  a muitos anos atrás, quando eu era criança.
De repente assustei quando passou por mim um vulto, correndo, uma criança brincando de pega com a Felicidade.
Era a sombra da minha infância, a minha imagem encolhida.
Depois que a Felicidade segurou a criança por um braço e disse: “Tá com você!” E saiu correndo em direção contrária, a minha imagem infantil também começou a correr mas antes de prosseguir com a brincadeira ela parou defronte a mim.
Eu tinha uma singeleza no sorriso e sorrindo disse:
_Calma, você ainda não viu metade da sua vida. A alegria que perdeu hoje irá retornar. Assim como amanhã sempre temos um novo dia.
Enfiou a mão no bolso e entre chicletes e figurinhas tirou de lá um pequeno circulo de luz. Uma luz que emanava um calor forte e tão brilhante que era aos meus olhos me doía.
Me pediu para ajoelhar. Ajoelhei, aceitando o que ela me pedia.
Eu tinha quase a mesma altura da sombra da minha infância.
Com um sorriso ainda mais terno, deslocou a luz que estava em sua mão direto para o meu coração e então o meu corpo explodia!
Senti a delicadeza de um mundo que antes eu não vivia e o este mundo também pareceu sentir a mim.
Percebi que a maioria das pessoas, mesmo jovens, eram cheias de rugas, caquéticas e reumáticas e nesse processo fui perdendo as linhas de expressões que tinha.
Voltei a mim e me vi em lágrimas por tantas emoções que eu sentia.
A criança se despediu de mim. Era a minha imagem me acenando uma despedida. Deu a mão para a Felicidade e voltou a correr desimpedida.
E eu ali, que antes me achava grande, de joelhos eu percebia que muito pouco eu sabia da vida.
Me levantei e voltei a andar. Ainda que sem rumo mas com uma alma muito menos vazia.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nossa Última Noite



_E se essa fosse nossa última noite?
_Última? Mas o que é isso agora? Tem câncer e esqueceu de me contar?
_Não! Me escute e responda, e se essa fosse a nossa última noite?
_Assaltaria algum lugar, nu! E você teria que ser minha comparsa!
_Fala sério, ao menos agora. O mundo a acabar, nossa última noite. Me diz, o que você faria?
_Eu me afastaria de você.
_Eu acho que não entendi direito ou você não entendeu tão bem a gravidade da pergunta...
_É simples, se essa fosse a nossa última noite eu escolheria não estar perto de você.
_Você entendeu que é a última noite?
_Sim.
_Nossa?
_Sim.
_E quer passar separado de mim?
_Quer que eu diga sim ou use outras palavras para ser afirmativo?
_Eu não sei o que se passa nessa sua mente louca mas vou te dar poucas palavras para você me explicar isso antes que eu tenha que sair daqui para não mais voltar.
_É nossa última noite e depois que tudo acabar eu não sei para onde iremos depois. Não sei sobre céu, não sei sobre inferno ou sobre qualquer outra forma de redenção. Mas sei que se eu perdesse a última oportunidade de te ver, aqui, neste plano ou qualquer outro nome que você queira dar para o nosso tempo, eu teria tanta saudade de um último momento, tanta vontade, tanta força que te encontraria onde fosse e criaria um novo mundo só para gente morar. E então, perder um último momento seria o motivo para nos eternizar.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A Aposta (Ou a Corrida da Lágrima Contra a Chuva)



A menina triste passou a ter raiva do tempo... Da vida!
Sempre que chovia ela apostava uma corrida.
Quem chegava antes:
Seria a chuva ou seriam as lágrimas que teriam a tarefa cumprida?

O Menino e a Máquina do Tempo



Quando criança percebeu que pela janela do ônibus tudo passava assim, rápido!
Tudo parecia andar as pressas.
Mas ele sabia que puxando a cordinha ele faria o mundo parar, nada iria tão depressa.
Era o menino e sua máquina do tempo.

domingo, 21 de agosto de 2011

O Quadro



Na cozinha, esfriava seu café, fazendo círculos no ar com sua xícara, ele era todo desatento.
Tinha os olhos para além da fumaça que exalava.
Ela, no quarto, tratava de ocupar o espaço vazio.
Colocava as roupas na mala e tirava-se outras coisas do coração. (Não queria bagagem pesada)
Ele continuava com os círculos, agora com um café morno mas um pouco mais salgado.
Menos adoçante e mais lágrimas.
Ela descia as escadas, quebrando o silêncio estático da casa.
O terceiro degrau, debaixo pra cima, rangia e ele se lembrou que ela o lembrava disso todos os dias.
Já na sala de estar, ela se via a poucos passos da saída. Uma porta pra muitas outras saídas (ou entradas).
Mas antes de dar os passos ela reparou em um problema dentro da casa.
O quadro do pescador que ali descansava, na parede, estava torto. Com poucos toques ela o endireitou.
Pronto, agora era uma casa em simetria ou fisicamente correta.
Olhou para ele, que não mais circulava mas o gosto do café não sentia ainda não.
O olhou e se foi. Não fechou a porta mas lembrou de apagar a luz do coração.
Ele deu um gole no café frio e ficou se perguntando:
Quantos toques seriam necessários para endireitar nossa relação?

O Rei Caiu


Admiro a maneira como as pessoas superam amores desvalidos.
Um dia de lágrimas e outro dia de festa.
Faz do desencontro uma ocasião pra logo descansar nos braços de outros encontros.
Amor fugaz.
Admiro mas me vejo de um lado contrário.
Hoje, tenho um amor vencido.
Sem mais forças pra lutar, meu exército está caido.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pau a Pique



Os pingos cortavam o teto de pau a pique e tocavam as panelas.
Uma sinfonia de cumbucas vazias infestava o barraco.
Talheres improvisados, cadeiras improvisadas, camas improvisadas.
Era a vida em improviso!
Cria-se uma surdez pro menino mais novo, chorando pela fome.
Pro menino mais moço é criado uma cegueira.
Tapa-se os olhos do coração pra quem nos roubos viu uma solução.
São vários corpos ocupando um mesmo lugar mas nenhum possui alguma ocupação.
E no final do dia a conversa termina em um ato de luz!
_Acende a vela, amô. Crarei o nosso lado e deixa apaga a nossa dor.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sobre a Última Vez Que Morreu



Flores espalhadas pela sala, algumas velas (insistência de manter um ar fúnebre), pessoas vestidas de luto se encontravam pelos cantos dizendo frases bestas.
“Ele era tão bom...” 
“Mas um rapaz tão novo...”.
A palidez dos sentimentos reinava pelo lugar.
Mas dentro do caixão... ninguém.
Era o seu velório mas não teve tempo de presenciar.
Depois de morrer percebeu que tinha compromissos pendentes com a vida.

Praça da Liberdade


Aqui na praça tudo cheira à mesmice das coisas banais.
Do passeio desengonçado dos pombos ao beijo dos casais.
De quem fica pra esperar alguns minutos a quem ficou porque esperou tempo demais.
Tudo me cheira a coisas banais.

domingo, 14 de agosto de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Hurt (Johnny Cash)

Machuquei a mim mesmo hoje
Pra ver se eu ainda sinto
Eu focalizo a dor
É a única coisa real

A agulha abre um buraco
A velha picada familiar
Tento matá-la de todos os jeitos
Mas eu me lembro de tudo

(Refrão)
O que eu me tornei?
Meu mais doce amigo
Todos que eu conheço vão embora
No final

E você poderia ter tudo isso
Meu império de sujeira

Eu vou deixar você pra baixo
Eu vou fazer você sofrer

Eu uso essa coroa de espinhos
Sentando no meu trono de mentiras
Cheio de pensamentos quebrados
Que eu não posso consertar

Debaixo das manchas do tempo
Os sentimentos desaparecem
Voce é outro alguém
Eu ainda estou bem aqui

(Refrão)
O que eu me tornei?
Meu mais doce amigo
Todos que eu conheço vão embora
No final

E você poderia ter tudo isso
Meu império de sujeira

Eu vou deixar você pra baixo
Eu vou fazer você sofrer

Se eu pudesse começar de novo
A milhões de milhas daqui
Eu me manteria
Eu acharia um caminho